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domingo, 27 de novembro de 2011





Tratamento da fibromialgia

O tratamento da fibromialgia inclui medicamentos e medidas complementares. A ênfase está na redução dos sintomas de dor e na melhora da saúde de maneira geral.

Medicamentos para fibromialgia:

  • Antidepressivos. Classes especiais de medicamentos antidepressivos são efetivas no tratamento da fibromialgia. As pesquisas mostraram que antidepressivos que atuam em serotonina e noradrenalina são os mais efetivos. Dentre as drogas com este mecanismo de atuação estão a amitriptilina, nortriptilina, venlafaxina e duloxetina.
  • Anticonvulsivantes. Alguns medicamentos utilizados no tratamento de convulsões também se mostram efetivos no tratamento da fibromialgia. Dentre eles estão a carbamazepina, gabapentina e pregabalina.
  • Analgésicos. Medicamentos analgésicos podem ajudar no alívio da dor, são geralmente prescritos pelo médico de forma eventual e não como tratamento contínuo.
  • Relaxantes musculares. Estas drogas também são utilizadas de forma breve e não contínua. São eficazes para combater a dor e a tensão muscular.

Todo tratamento deve ser prescrito e orientado por um médico.

Medidas e tratamentos complementares:

  • Exercícios. Atividades físicas, em especial os exercícios aeróbicos, são comprovadamente eficazes para reduzir as dores da fibromialgia e melhorar a qualidade do sono. Inicialmente os exercícios podem aumentar um pouco a dor, mas a prática regular alivia os sintomas. Os exercícios mais indicados pelos médicos são caminhada, natação e hidroginástica.
  • Acupuntura. Esta técnica incorporada da medicina chinesa tem mostrado resultados positivos, tanto na redução dos sintomas de fibromialgia, como na redução do estresse.
  • Psicoterapia. A abordagem psicológica, em especial a psicoterapia cognitiva comportamental, auxilia no desenvolvimento de habilidades para lidar com a doença e manter uma atitude positiva.
  • Hipnoterapia. A sociedade brasileira de reumatologia reportou que sessões de hipnoterapia pode promover uma melhora significativa dos sintomas de pacientes resistentes ao tratamento convencional.
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domingo, 20 de novembro de 2011

Ritmo cardíaco irregular

A arritmia cardíaca (ritmo cardíaco irregular) é um tema complexo. A maior parte das pessoas já terá sentido um ritmo cardíaco irregular (independentemente de serem saudáveis ou de terem uma doença cardíaca), uma vez por outra. Muitas pessoas têm arritmia cardíaca muitas vezes e, para algumas, é um estado para toda a vida. Assim, a arritmia cardíaca de uma pessoa não é igual à de outra. Em muitos casos, é uma questão de saber se a arritmia é inofensiva ou perigosa, se pode ser tratada e se o doente em causa pode fazer alguma coisa para a evitar.
A maior parte dos doentes com defeitos valvulares têm um ritmo cardíaco irregular. Em alguns doentes, a cirurgia das válvulas cardíacas reduz a arritmia; noutros, torna-a exacerbada. Através do meu trabalho diário - que inclui a vigilância de doentes com doenças valvulares e, principalmente, daqueles que tenham sido submetidos a cirurgia nas válvulas cardíacas - conheço bem os seus problemas. A arritmia cardíaca é um tema muito discutido. A sequência correcta das actividades cardíacas vitais que conduzem ao batimento rítmico do coração é controlada por uma série de mecanismos complexos. Nesta edição de "Heart Valve" e nas futuras edições, levantarei e discutirei várias questões que me foram apresentadas por doentes operados a válvulas cardíacas, sobre a sua arritmia. Para compreender o que significa uma arritmia cardíaca é preciso saber como funciona normalmente o coração e, em particular, o que constitui um ritmo cardíaco normal. Começarei por fazer uma breve descrição do ritmo cardíaco normal e explicar como é gerado um batimento cardíaco.

O coração é uma bomba que mantém o sangue a circular através do corpo, fornecendo oxigénio, nutrientes e outras substâncias vitais às células de todos os órgãos. A sua actividade de bombagem é controlada por um sistema de geração e condução de impulsos dentro do coração. Os impulsos são eléctricos, o que garante a contracção e distensão alternadas do músculo cardíaco. O pacemaker natural que gera estes impulsos eléctricos é o nódulo sino-auricular. Encontra-se localizado próximo da parede muscular superior da aurícula direita. O nódulo sino-auricular é um grupo de células musculares especializadas que se encontram agrupadas em feixes e, conforme necessário, são capazes de gerar entre 50 e, aproximadamente, 150 impulsos por minuto. Cada impulso é conduzido a todo o coração, provocando a sua contracção. A contracção força o sangue, que passou das aurículas para os ventrículos, a ser expelido. Na fase de descontracção ou recuperação seguinte, os ventrículos, quase vazios, aspiram novamente o sangue das aurículas.

Há passagem musculares especiais que conduzem os estímulos eléctricos do nódulo sino-auricular através das aurículas e dali para as câmaras principais do coração - os ventrículos. Entre o sistema de condução de impulsos nas aurículas e o sistema de condução dos ventrículos, as passagens fundem-se no centro do coração, num local chamado nódulo auriculoventricular. Se o nódulo sino-auricular (SA) não estiver disponível para gerar impulsos, o nódulo auriculoventricular (AV) também pode actuar como gerador de impulsos. Mas o nódulo AV é apenas um substituto temporário, pois não consegue o mesmo desempenho que o nódulo SA. No entanto, é suficientemente potente para garantir a manutenção da actividade e do débito cardíacos por curtos períodos de tempo, embora com um ritmo ligeiramente mais lento. E podem ocorrer também sintomas físicos como tonturas ou fraqueza geral. Se o nódulo AV falhar, há outros locais mais remotos (chamados feixes de His) capazes de desempenhar a função de um pacemaker, embora a um ritmo ainda mais lento, com a possibilidade de o doente ficar inconsciente.

Resumindo, a arritmia cardíaca surge quando o gerador de impulsos (o nódulo sino-auricular) e/ou o sistema de condução de impulsos está bloqueado. Antes de prosseguirmos com as verdadeiras arritmias cardíacas, na próxima edição, talvez seja melhor explicar como é registada a propagação dos sinais eléctricos do coração.
As correntes eléctricas que fluem no coração podem ser registadas sob a forma de electrocardiograma (ECG). O ECG consegue representar as pequeníssimas correntes que fluem através do coração, sob a forma de traços num gráfico. Para gravar um ECG, o médico ou o seu assistente coloca os eléctrodos em certos pontos do peito, dos braços e das pernas do doente. Os eléctrodos estão ligados por cabos ao aparelho de gravação, onde a actividade cardíaca é registada e apresentada por uma caneta sensível sobre papel. A actividade normal do coração produz um traçado típico no papel, com picos e curvas característicos. A arritmia cardíaca e outros estados cardíacos podem alterar o aspecto do traçado (por exemplo, após enfarte do miocárdio ou com o aumento do seu volume). Como o ECG é a forma mais simples de detectar um ritmo cardíaco irregular ou outras condições cardíacas, é utilizado com muita frequência. Além disso, a gravação de um ECG não acarreta quaisquer inconvenientes ou riscos para o doente.

Extra-sístoles

As extra-sístoles são falhas de um batimento cardíaco, também chamadas palpitações, ritmos galopantes, etc. São sensações subjectivamente descritas como um tanto desagradáveis. Há pessoas que sentem a extra-sístole como a falha de um batimento, em que o ritmo cardíaco abranda; outras sentem-na como um aumento do ritmo cardíaco; e outras ainda sentem-na como um ritmo cardíaco irregular. Algumas pessoas sentem a extra-sístole como uma alternância entre o abrandamento, a aceleração ou a irregularidade do ritmo cardíaco.
Quando um doente consulta o médico por causa destes sintomas, em geral, nós auscultamo-lo e prescrevemos um ECG (electrocardiograma). Por vezes, verifica-se que a falha de um batimento foi apenas passageira e não aparece no ECG. Daí a importância do ECG de 24 horas na detecção de ritmos cardíacos irregulares e na identificação das suas causas. Em muitos casos, o ECG diagnostica directamente a disfunção rítmica causadora da extra-sístole. Muitos são os casos em que o problema envolve extra-batimentos com origem nas aurículas ou nos ventrículos. O intervalo entre um extra-batimento deste tipo e um ritmo normal pode ser mais curto ou mais longo do que o habitual. Por vezes, um extra-batimento sente-se com particular intensidade. Além destes extra-batimentos, podem sentir-se outras arritmias cardíacas subjectivamente definidas como falha de um batimento ou ritmo galopante. Podem ainda assumir a forma de breves períodos de fibrilhação auricular com um ritmo cardíaco mais rápido ou mais lento, ou fases curtas de batimentos muito mais rápidos e batimentos regulares (taquicardia sinusal). São também comuns as extra-sístoles dicróticas e os breves períodos de vários extra-batimentos.
As extra-sístoles têm muitas causas. Em muitas pessoas (saudáveis ou com doença cardíaca), o coração pode falhar um batimento em casos de forte comoção (alegria ou preocupação). Em pessoas com doenças cardíacas, pode haver outras causas, por exemplo, doença coronária, doença do miocárdio ou defeitos valvulares. Há ainda drogas, cujo efeito lateral pode ocasionalmente produzir ou intensificar extra-sístoles. Em algumas pessoas, as extra-sístoles são induzidas pela cafeína, a nicotina ou o álcool.

Em muitos doentes, a fibrilhação ocasional ou persistente pode ser a causa da sensação de falha de um batimento. Neste tipo de arritmia, as aurículas fibrilham, isto é, não contraem como deviam, e a condução de impulsos da aurícula para o ventrículo torna-se completamente irregular.
A irregularidade do ritmo cardíaco também pode dever-se a estados não relacionados com o coração. As disfunções da tiróide ou as deficiências minerais (principalmente a falta de potássio) são, muitas vezes, as causas.
É importante diagnosticar o ritmo cardíaco irregular, para permitir a identificação exacta da causa subjacente. Como já foi explicado, a noção subjectiva de ritmo cardíaco irregular pode ocultar, em termos objectivos, várias formas de arritmia. Estes diferentes defeitos do ritmo cardíaco requerem tratamentos igualmente diferenciados. Os ECG normais e de 24 horas são da maior importância para fins de diagnóstico. Podem ser necessários exames mais aprofundados, como o ECG de esforço, ou ecocardiografia e, por vezes até, o cateterismo cardíaco e medições electrofisiológicas (exames cardíacos com cateter, em que o cateter é utilizado para medir a corrente ou fornecer impulsos eléctricos em vários pontos dentro do coração).
Como já foi dito, o tipo e a gravidade da arritmia cardíaca subjacente desempenham um papel crucial na decisão sobre o tratamento a dar para um ritmo cardíaco irregular. Em muitas pessoas, a sensação subjectiva de extra-sístole é causada por extra-batimentos individuais, sem haver sinais de doença orgânica. Neste caso, felizmente, pode não ser necessário qualquer tratamento. No entanto, quando estes extra-batimentos provocam uma sensação de grande desconforto e exercem um efeito adverso subjectivo no doente, deve ser tentada alguma medicação - sobretudo bloqueadores beta. Trata-se de uma abordagem sintomática, que serve para melhorar a qualidade de vida sem, necessariamente, a prolongar. Se a causa de um ritmo cardíaco irregular for um estado cardíaco ou qualquer outra disfunção orgânica, este estado tem de ser tratado primeiro. Em muitos casos, a arritmia pára por si mesma.

Algumas arritmias cardíacas que dão origem a uma sensação de ritmo cardíaco irregular têm um efeito adverso no prognóstico vital, sem darem uma sensação de grande desconforto ou não ser encontrada nenhuma doença subjacente significativa. Uma é a fibrilhação auricular, como já foi mencionado, e a outra é a ocorrência paroxística d uma ou muitas extra-sístoles ventriculares sucessivas. Os problemas específicos associados a esta arritmia cardíaca e as suas formas de tratamento serão discutidos na próxima edição de "Heart Valve".

Sintomas de ritmo cardíaco irregular, por ordem de frequência:Palpitações,

  • Falta de fôlego,
  • Suores,
  • Dores no peito, sensação de opressão,
  • Fadiga,
  • Náusea, dor de cabeça,
  • Ansiedade,
  • Tonturas,
  • Aumento do número de micções,
  • Ausência de sintomas

Dr. med. Klaus Undeutsch, Rehabilitation clinic for heart diseases, 57319 Bad Berleburg/Germany (2003)

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